Tratamentos como implantes e próteses podem contribuir para a diminuição de deficiências nutricionais.
O crescimento da população idosa no mundo é uma das grandes conquistas da humanidade do século XXI. As novas técnicas da medicina, o avanço da ciência odontológica e de todas as áreas do conhecimento humano levou a população como um todo ao aumento da longevidade, e o segredo está na alimentação e nos hábitos saudáveis.
Mas, com o passar dos anos, é preciso redobrar a atenção e incorporar alguns cuidados à saúde. “Não adianta apenas dar mais anos à vida humana, o importante é dar vida plena aos anos. Estamos dizendo que num primeiro momento conquistamos anos, agora, conquistaremos qualidade de vida aos anos adicionados. E a Odontologia tem tudo a ver com isso”.
Cientistas japoneses realizaram um estudo que mostra o quanto os idosos podem se prejudicar ao deixar de cuidar da boca. Eles reforçam que mais visitas ao Cirurgião-Dentista e tratamentos como implantes e próteses podem contribuir para a diminuição de deficiências nutricionais depois dos 60 anos.
Um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto Nacional de Saúde Pública aHealth, Shingo Moriyaa, conta que o trabalho buscou analisar se os idosos com problemas de dentição enfrentavam mais dificuldades relacionadas à alimentação. Ele destaca que essa preocupação tem sido constante e foco de estudos de muitos cientistas.
Segundo a pesquisa, os idosos analisados que tinham menos de 28 dentes relataram um significativo consumo menor de cenouras, saladas e fibras alimentares em comparação àqueles com a dentição mais completa. Eles também apresentam menores níveis de betacaroteno (antioxidante presente em plantas, ácido fólico e vitamina C), indicando que a condição dentária afetava significativamente a dieta e a nutrição.
Se por um lado a falta de dentes e a dificuldade de mastigação afetam a nutrição, por outro lado, a nutrição deficiente afeta diretamente a saúde bucal. De modo geral, a fraqueza dá desânimo, e pode vir acompanhada de inapetência, o que aumenta a desnutrição. O paciente deprimido tem menos vontade de realizar a higienização oral, logo, está ainda mais sujeito a ter cáries. “Não podemos esquecer que a ausência de elementos nutricionais vitais afeta diretamente diversos processos importantes como o de reparação e o de defesa do organismo. De novo: a má nutrição dificulta enormemente o retorno às condições de saúde do paciente. Então, é essencial conseguirmos colaborar com a correta alimentação do paciente.”
A falta de dentes faz com que o idoso selecione alimentos mais ricos em carboidratos por serem mais fáceis de mastigar. “Um fator que não podemos deixar de comentar é o dos idosos morarem sozinhos. Muitas vezes, a solidão faz com que não tenham ânimo para prepararem sua refeição optando por um lanche, café com leite, ao invés de uma refeição”.